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domingo, 28 de junho de 2009

Cara de rica.

Outro dia fui a um aniversário de uma amiga, numa boate, dessas que cada um tem seu cartão de consumo. Adoro isso, cada um paga a sua, sem stress de dividir conta no final da noite.
Pedi uma garrafa de espumante, crente que ia ser minha companhia pro resto da noite. Porém, quando olho pro lado, dois seres que nunca vi na vida, mas que estavam na mesma mesa pois eram amigos da aniversariante, estavam lá, sorvendo da minha garrafa.
Vou desabafar com uma amiga, no meio da confusão da boate:
- Amiga, você blablablablablublublu? (não dava pra ouvir direito, o som altíssimo...)
- Heeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeein???
- VOCÊ!!!!! VOCÊ ACHA QUE EU TENHO CARA DE RICA??
- Heeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeein??
- EUU!!! EU, TENHO CARA DE RICAAAAAAA???
- DE BLABLABLA??
- ÉÉÉÉ!!!
- TEM!!!!!!
- É!! PORQUE TODO MUNDO DEVE ACHAR QUE EU TENHO CARA DISSO MESMO.
- Hum...

(...)

- EI!! VOCÊ PERGUNTOU O QUÊ MESMO NAQUELA HORA???
- SE EU TINHA CARA DE RICA!!!
- AH... EU ENTENDI CARA DE KENGA, POR ISSO QUE CONFIRMEI!!!

Tem dessas.

Mais uma carta pra quem não merecia.

Oi

Depois que você desligou, tive tempo pra pensar.

Você queria conversar. Queria deixar claro que não temos compromisso. Que não há contrato de exclusividade. Que a gente não podia se magoar caso encontrasse o outro na rua com outro alguém.

Eu sei que você quis jogar limpo comigo, e agradeço demais sua consideração, mas é que assim, a seco, fica muito difícil de engolir.

Agradeço a consideração, mas é que não sou mulher pra se considerar. Sou mulher pra se encarar.

Então, vamos encarar os fatos:

1) Eu iria, sim, ficar triste se visse você com alguém na rua. Você é especial pra mim.
2) Eu gostava de pensar que você também se entristeceria se me encontrasse aos beijos com outro cara. Assim, eu me sentiria especial, como você diz que sou.

Mas hoje, quando conversamos, eu não me senti especial. E vi que não faz sentido em insistir mais nessa nossa história. Não há expectativas, e em pouco tempo, o que é diversão para você se tornaria uma tristeza pra mim.

Por que eu não sei me dar pela metade.
Eu não sei dividir meu corpo com dois ou mais homens diferentes.
Eu não sei transar por transar.
Eu não sei fingir que não me importo.
Eu só sei viver intensamente, e por inteiro.

Eu sei que a gente não estava namorando, mas eu acreditava que a gente estava se permitindo: permitindo se conhecer, permitindo se gostar, se envolver. Aonde isso iria chegar, eu não sabia. Nem tinha pressa em descobrir.

Mas quando você me liga e fala, faltando apenas algumas letras para dizer claramente, que está saindo com outras pessoas e que eu não posso ficar chateada pois não temos um compromisso eu vejo que nesse momento você se livra do sentimento de culpa e está sendo honesto, sincero. Está jogando limpo. Parabéns.

Mas o que isso significa é que não adianta eu ser tão divertida, a gente se dar tão bem, você me admirar tanto, o sexo ser tão bom, o nosso senso de humor ser tão parecido ou eu ser o tipo de mulher que é pra vida toda.

"Pra vida toda", mas não agora.

Nem nos últimos sete meses.

Eu já soube investir, recuar, esperar, tudo na horinha certa. Eu investiria mais quanto tempo fosse, se eu percebesse que esse jogo poderia virar uma hora dessas. Mas não pode, e as minhas fichas se esgotaram. Parei com as apostas.

Jogo a toalha. Dizem que "quem não sabe brincar, não desce pro play". Então, não sei brincar, vou voltar pra casa, recolho o que deixei pelo caminho.

Guarde com carinho lembranças minhas.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Quanto vale um SIM.

Eu devia ler esse texto todo dia, para ver se aprendo a lidar com rejeição.
Sempre a Martha Medeiros.


"Você consegue um bom emprego na hora que bem entender? Você descola um
amor do dia pra noite? Entra num banco e sai de lá com um empréstimo
sem burocracia? Se você respondeu sim a todas essas perguntas,
parabéns... e fique atento para o horário de partida do seu disco
voador, pois a qualquer momento você terá que voltar para o seu
planeta!

Entre nós, terrestres, o sim é uma resposta rara. Na maioria das
vezes, não há vagas, não querem editar nossos poemas, não temos
fiador, a garota não quer ouvir os discos na sua casa, o garoto não
quer usar camisinha e o guarda de trânsito não foi com a sua cara e
vai multa-lo, sim senhor. Não está fácil pra ninguém.
Ao contrário do que possa parecer, esta não é uma visão pessimista da
vida. As coisas são assim, dão certo e dão errado. Pessimismo é
acreditar que um "não" seja uma barreira para realizar nossos planos.
Tem gente que fica paralisado diante de um não, nunca mais vai à luta.
Já o otimista resmunga um pouco e, em seguida, respira fundo e segue
em frente.

Quando eu tinha uns dezessete anos, mandei meus versos para um
concurso de poesia. Não ganhei nem menção honrosa. Daí entreguei meus
versos para o Mário Quintana avaliar. Ele não respondeu.
Neste meio tempo, eu estava apaixonada por um cara e ignorava minha
existência. Quando eu não estava pensando nele, fazia planos de morar
sozinha, mas o meu estágio não era remunerado.
Aí quis viajar para a Europa, mas não conseguira entrar num programa
de intercâmbio. Surpreendentemente, não passou pela cabeça a idéia de
me atirar embaixo de um caminhão.

Hoje tenho nove livros publicados, cinco deles de poesia, sou casada
com o homem que amo, tenho a profissão dos sonhos e viajo uma vez por
ano, e tudo isso sem ganhar na megasena, sem cirurgia plástica, sem
pistolão o pacto com o demônio. O segredo: cada "não" que eu recebi na
vida entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Não os colecionei, não
foram sobrevalorizados; esperei sem pressa a hora do "sim". O "não" é
tão freqüente que chega a ser banal. O não é inútil, serve só pra
fragilisar nossa auto-estima. Já o sim é transformador. O sim muda sua
vida. "Sim", aceito casar com você; "sim", você foi selecionado;
"sim", vamos patrocinar sua peça; "sim", Ana Paula Arósio deu o número
do celular dela.
Quando não há o que detenha você, as coisas começam a acontecer sim."

terça-feira, 2 de junho de 2009

Noiva.

Essa eu tinha que dividir.

Uma amiga da Inglaterra tava dizendo que quando ela casar ela faz questão de que eu seja dama de honra dela. Começamos as piadas sobre aqueles vestidos de damas de honra, em cetim lilás, aquelas coisas toscas que só os ingleses são capazes de fazer.

Eis que vejo esse vestido.





Alguém me explique, por favor.