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domingo, 28 de junho de 2009

Mais uma carta pra quem não merecia.

Oi

Depois que você desligou, tive tempo pra pensar.

Você queria conversar. Queria deixar claro que não temos compromisso. Que não há contrato de exclusividade. Que a gente não podia se magoar caso encontrasse o outro na rua com outro alguém.

Eu sei que você quis jogar limpo comigo, e agradeço demais sua consideração, mas é que assim, a seco, fica muito difícil de engolir.

Agradeço a consideração, mas é que não sou mulher pra se considerar. Sou mulher pra se encarar.

Então, vamos encarar os fatos:

1) Eu iria, sim, ficar triste se visse você com alguém na rua. Você é especial pra mim.
2) Eu gostava de pensar que você também se entristeceria se me encontrasse aos beijos com outro cara. Assim, eu me sentiria especial, como você diz que sou.

Mas hoje, quando conversamos, eu não me senti especial. E vi que não faz sentido em insistir mais nessa nossa história. Não há expectativas, e em pouco tempo, o que é diversão para você se tornaria uma tristeza pra mim.

Por que eu não sei me dar pela metade.
Eu não sei dividir meu corpo com dois ou mais homens diferentes.
Eu não sei transar por transar.
Eu não sei fingir que não me importo.
Eu só sei viver intensamente, e por inteiro.

Eu sei que a gente não estava namorando, mas eu acreditava que a gente estava se permitindo: permitindo se conhecer, permitindo se gostar, se envolver. Aonde isso iria chegar, eu não sabia. Nem tinha pressa em descobrir.

Mas quando você me liga e fala, faltando apenas algumas letras para dizer claramente, que está saindo com outras pessoas e que eu não posso ficar chateada pois não temos um compromisso eu vejo que nesse momento você se livra do sentimento de culpa e está sendo honesto, sincero. Está jogando limpo. Parabéns.

Mas o que isso significa é que não adianta eu ser tão divertida, a gente se dar tão bem, você me admirar tanto, o sexo ser tão bom, o nosso senso de humor ser tão parecido ou eu ser o tipo de mulher que é pra vida toda.

"Pra vida toda", mas não agora.

Nem nos últimos sete meses.

Eu já soube investir, recuar, esperar, tudo na horinha certa. Eu investiria mais quanto tempo fosse, se eu percebesse que esse jogo poderia virar uma hora dessas. Mas não pode, e as minhas fichas se esgotaram. Parei com as apostas.

Jogo a toalha. Dizem que "quem não sabe brincar, não desce pro play". Então, não sei brincar, vou voltar pra casa, recolho o que deixei pelo caminho.

Guarde com carinho lembranças minhas.

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