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quarta-feira, 27 de junho de 2007

Não completa álbum, mas daria volume.

Desde quarta feira que a criatura está atrás de mim. Ligou, mandou mensagem, chamou pra sair. Eu recusei, esnobei, ignorei e ele ali, firme e forte no intuito de me tirar do bom caminho.

Pois bem. Fui promovida bem no dia da festa da empresa, ele ligou, deu parabéns e disse que também iria pra tal festa. Até ligou querendo combinar para irmos juntos e talz, pois moramos no mesmo bairro. Acontece que eu não voltei pra casa e eu disse que não ia dar.

Resumindo a ópera: ele foi a tal da festa. Quando eu vi, meu coração não bateu mais forte, não acelerou. Mas quando ele chegou perto, porra, eu queria que ele ficasse a noite inteira do meu lado. O que não aconteceu, é claro. às vezes ele sentava ali, brincava, ria, me olhava, como se não existisse mais ninguém ali. Outras vezes, ele saía, e parecia que quem não estava mais ali era eu. Me sentia péssima.

Uma vez ele sentou lá e eu estava com uma amiga, que é amiga dele também e sabe da gente. Ele, brincando, perguntou a ela se eu estava namorando. Ela disse que não e ele perguntou: E por que você não apresenta ela a seu amigo aqui?? Ela riu, e eu falei no ouvido dele "Sabe o que? Figurinha repetida não completa álbum..."

Saí da festa cedo, cheguei em casa arrasada. Não dá mais pra ficar nessa história. Se não há mais nada entre a gente, por que esse clima?

Confusa, muito confusa.

Extra, extra!!

E eu já ia esquecendo de contar a novidade pra vocês!!! Eu fui

PROMOVIDA!!!!

Anarriê!! (É por iiiiiiiiiiisso que Caruaru é a Capital do Forró)

O maior São João do Mundo (coisa de pernambucano mesmo... tudo aqui é o "maior de alguma coisa": maior avenida em linha reta, maior shopping center da América Latina, maior num sei quê lá de num sei daonde...) me decepcionou.
Caruaru não foi nem de longe como eu esperava. Pegamos um buzão pra ir tipo uma excursão, maior barca furada. Descemos num lugar chamado Alto do Moura, que me disseram ser o point do local. Puta que pariu!! Parecia o campo grande no carnaval, sem os gatinhos da concentração, é claro. Gente pra bater de pau, todo mundo no meio da rua, impedindo quem quisesse de circular. Tinha um posto de uma rádio que ficava tocando as músicas, um forró meio lambada, meio arrocha, mais pro brega do que pra outra coisa. Os bares, lotados, serviam cerveja quente em copo plástico (hereges) e não tinham mais o que servir para comer.
Agora me diga: Por que sair de Recife pra ir prum bar lá na casa da porra se aqui eu teria mais conforto?? Gente, não tinha um trio de sanforneiros, tocando aquele forrozinho pé de serra, não tinha nem onde dançar forró! Eu mal conseguia usar meu chapéu, pois eu andava e ele ficava preso na multidão, engarguelando meu pescoço!!!
Era a visão do inferno.
Voltamos pro ônibus e rumamos pra Caruaru. Ô ônibus foi um caso a parte. Os organizadores ficaram bêbados, soltando piadas amarelas por minuto.Pegaram um microfone e ora falavam besteira (eles passaram um hora falando de um amendoim de uma das passageiras), ora cantavam. Até aí, tava dando pra aguentar. O problema foi quando uma infeliz de uma passageria resolveu pegar o microfone e se esgoelar, cantando nele. Só capela. Era a mulher se esganiçando a viagem inteira. Ela realmente acreditava que estava cantando. Quando não gritava as músicas com as letras erradas, ficava só no "nan nan nan". Caraléos!!! Tive que segurar a vontade de pegar aquele microfone e dar nela! Kenga.
Bom, chegando a Caruaru, realmente me impressionei com a estrutura. E foi só. Nada de trio nordestino, sanfoneiros ou forró pé de serra. O show do palco principal deixava a desejar, umas bandas desconhecidas, longe de ser do autêntico forró. Os bares da praça cobravam 25 reais por PESSOA somente pra sentar, mais 100 reais pra consumir. Um assalto!
Depois de muito mau humor e cara de cu, voltamos pro ônibus pra dormir. Dormir. E foi essa a nossa noite de São João, no maior São João do mundo. Tava mais pra ilha quadrada.

Maaaaaaaaaaaaaaaaaaaas, pra compensar, no domingo pegamso o Trem do Forró. E dessa vez, sim, nos divertimos. Muita animação, forró, sanfoneiros... Descemos no Cabo de Sto Agostinho e até dançamos quadrilha, foi muuuuuito divertido. Ali sim, eu vivi o espírito do São João.

Dessa parte só sobraram boas lembranças e uma gripe miserenta.

Cest La vie, mizifi.

I will Survive

Eu continuo viva, podem guardar o pretinho básico de novo no armário. Apenas ando sem tempo para postar. Hóspedes, festas, trabalho, e gripe. Tudo junto. Mas a saudade me trouxe pelo braço.... hehehehe

Vamos aos poucos.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Fato inédito

Hoje de manhã, enquanto eu dirigia pro trabalho, via uma cena inédita. Parecia sacanagem. Mas uma mulher estava levando os bichinhos de estimação dela pra passear. O detalhe é que os bichinhos dela eram dois cágados. Gente, eu ri muito. Eles andavam na frente, naqueeeeeeeeeeela velocidade (alguém lembra da tartaruga Superbox?) e ela atrás, seguindo eles, na mesma velocidade. Não pode ser certa uma pessoa dessa.

Ps: Agora que me ocorreu uma idéia: Será que ela estava fazendo aquela caminhada por ordens médicas????

Reencontro de amigas... Eu e Stella.

Programinha diliçioso depois de trabalhar o dia inteiro: supermercado. Tá chegando uma renca aqui em casa e eu preciso colocar mais uns grãos de feijão na água. Pois bem, arrastei meu corpo roliço (acho que de 57kg passei pra 67kg em alguns segundos. Precisamente, os segundos que antecederam a abertura do pote de Nutella...) e fui ali, bem ali no Bompreço.

Parecia que estavam distribuíndo quilos e mais quilos de picanha de graça. Melhor: homem de graça! Gente a sair pelo ladrão, filas pra bater de pau, carrinhos de supermercado se enganchando uns nos outros e eu com cara de bicho, dez quilos de bico na cara (ei!! foi por isso que engordei!!!), querendo cuspir em quem cruzasse meu caminho.

De repente, não mais que de repente, vejo umas garrafinhas verde na prateleira. Poucas. Escassas. Mas lindas e maravilhosas. Sim, eram Stellas!! Stella Artois no Bompreço!! Num pulo, e sorrindo, quase gargalhando, peguei todas as garrafinhas num abraço só. Só faltava repetir, babando ao mesmo tempo: "Meu, meu, só meeeeu hua-hua-huaaa!!!". Na verdade eu teria feito isso, se não tivesse reparado alguns olhos estatelados me observando, provavelmente achando que eu era o Vira da novela Páginas da Vida. Detalhe: aqueles olhos de ovo frito pertenciam a um carinha liiiiiiiiiiiindo. Que nunca mais ia querer saber de mim, com todas aquelas cervejas nos braços.

Ele sorriu sem graça, eu sorri amarelo. Peguei a última garrafinha de Stella que meus pequenos bracinhos não conseguiram abraçar e saí apressadamente. Não por vergonha, claro, obviamente. Saí por medo de que ele se convidasse pra vir aqui no meu flat tomar aquelas cervejas comigo. Não senhor, aquelas cervejas são pra mim e pra Silvia, que tá chegando em breve pra me visitar. Moço feio!

E por falar em moço feio, estou eu lá na porra de uma fila demorada da miséria, esperando durante hooooooooooras, quando chega um simpático, bem na hora que chega a minha vez de passar no caixa e pede, com cara de cú, madalena arrependida:

- Poxa.. deixa eu passar na sua frente? Só são três produtos...
- Não vai dar não... se for assim, aquela fila quilométrica toda bem ali ia querer passar aqui na minha frente. Só lamento.

Veja se euzinha ia deixar um cara passar na minha frente com três pacotes de sabão em pó, cada um de marca diferente!! Esse povo age como louco no supermercado, não sei não...

terça-feira, 19 de junho de 2007

Se eu ganhasse na Mega Sena...

O que você faria no dia seguinte após descobrir que ganhou na Mega Sena??

Eu iria trabalhar. Chegaria cedo, como sempre. Cumpriria todas minhas obrigações. Correria atrás das minhas metas. E atenderia aquele tiozinho pooooorre, mal educado e grosseiro que pelo menos uma vez na semana vai lá encher os pancová. Ele chega resmungando, ameaçando, intimidando e dificultando. Cheio de direitos, parecendo que tem um rei na barriga, mas não tem bosta no cú pra cagar. E nesse dia, quando eu perguntasse, delicadamente "O Sr trouxe seu cartãozinho, Seu Fulaninho?" e visse ele com o cartão no bolso da camisa, responder me cuspindo "Pra que você quer cartão?? Não tem droga de cartão, veja logo o que te pedi, se estiver com má vontade me diga que eu vou atrás dos meus direitos." eu diria, sorridente: "Tudo bem, Seu fulaninho, já que não tem cartão, pegue esse grampeador e enfie bem no olho do seu cú e roooooode, seu filho da puta, escroto, miserável!!!"

E sairia de lá feliz, saltitando, sem nem precisar rezar pra que ele morra ainda essa semana me poupando o desgosto da semana que vem.

Mas Deus não dá asa à cobra...

NEWS - NEWS - NEWS!

Ainda ontem saiu o gabarito oficial da prova: sou uma pessoinha certificadérrima, com 93,75% da prova. Tá pensando que aqui é pouca merda? Aqui é um penico cheio... como diz minha vó.

Eu teria vindo aqui pra contar dessa minha aprovação antes, mas parece que alguém se lembrou que a Lei Áurea foi escrita à lápis: trabalho feito uma escrava. Só que de terninho, sem aquelas calças de capoeira alvejadas por Omo Multiação. Não tive tempo de comemorar.

Como notícias correm rápido, a Criatura ligou pra mim ontem, pra me parabenizar pela aprovação. Estou começando a odiar ser uma pessoa civilizada. Dá a maior vontade de dizer "vamo combinar assim: nem eu te ligo, nem você me telefona", tipo aquele sambinha véééééio que dizia "Eu não na sua casa pra você não ir na minha, você tem a boca grande, vai comer minhas galinhas..."

Porra de ser amigo de quem a gente quer ter na cama.

Tô começando a me cansar dessa história.

Repetitiva demais pro meu gosto.

domingo, 17 de junho de 2007

No stress.

Bom, hoje finalmente foi o dia da prova daquela certificação profissional que eu tinha que fazer. Cheguei lá tranquilex, cantando a música que não sai da minha cabeça desde quarta (aquela nova da Vanessa da Mata e do Ben Harper), sentei na minha cadeirinha e me aquietei. O povo na sala estava fritando ovo na testa de tanto nervosismo. Eu não gosto que me estressem, então falei com alguns conhecidos, desejei boa sorte e fiquei lá cantarolando, enquanto eles revisavam alguns conceitos:

- bzzzbzzzzz.. menor alíquota de curto prazo é 20%
- "tudo que quer me daaaar, é demaaaaaaaais, é pesadoooo"
- bzbzzzzzz... é a letra do tesouro que é indexada pela taxa selic...
- "não háááááá paaaaaaaaaaaaaz"

Cidadão, me achando bonitinha e calma demais pro gosto dele, vem puxar papo:

- Tás nervosa?
- Hum-hum. Tran - tran.
- Por fora, mas por dentro... tá né?
- Eu?? Não. Tô calminha.
- Você faz Yoga?
- Não. Nasci na Bahia.

Meia hora depois, prova feita, eu tendo que esperar o tempo limite pra poder sair da sala, a música sem sair da cabeça, lembrei de um vestibular que eu fiz: o povo arrancando os cabelos e eu lá cantando "Xô xuá, cada macaco no seu galho". Comecei a rir. E o fiscal me olhando feio, me dava mais vontade de rir ainda. Vida díficil essa, a de pessoas felizes.

Saí de lá e fui direto prum bar conseguir outra certificação: a da Ambev.

100% de aprovação. Irc!

sábado, 16 de junho de 2007

Vontade de ir mais além

Eu ando me dando muito bem com as noites de sexta, sábado e domingo. Antigamente, era um suplício ficar em casa nesses dias, enquanto o resto do mundo sai para beber, beijar na boca e ser feliz. Só que ontem, resolvi tomar uma cervejinha, comer umas azeitonas... e a porra do fogo subiu! Eu queria sair, beijar na boca, ligar, dizer bobagens, fazer loucuras, pegar o barco e ir praquela praia que ele queria me levar, dormir na areia... enfim, me libertar.

Eu estava lendo a entrevista da Preta Gil, pessoinha que acho intragável e de repente, me vi a admirando. Porra, a mulher só quer ser feliz, tá cagando pros outros. Porra de moral e bons costumes o cacete, a gente não tá no mundo a passeio, a gente tem que viver a vida antes que ela acabe. E ninguém sabe quando ela acaba.

Lembrei de um fim de semana em que me dei esse luxo, de ser feliz, pura e simplesmente. E acho que foi tão contagiante, que essa filosofia de ser feliz a todo custo levou mais duas a jogar pro alto tanto pudor.

Começou numa festa. Uma festa bem esperada, diga-se de passagem, pois já tinha a fama de ter muito homem bonito. Aliás, mais que bonitos, a maioria era carioca. E homem carioca é tudo de bom e mais um pouco. É meu ponto fraco, minha perdição.

Pois bem, fomos para a tal festa num sábado à noite. Realmente, a casa estava cheia (eles eram marinheiros, dezenas deles!), e, sem nenhuma modéstia, nós éramos as mais gatas. Quando eu digo sem nenhuma modéstia, é verdade. As mulheres eram derrubadíssimas. E em terra de cego, quem tem olho é rei.

Apesar disso, nada na festa mexeu muito comigo. Só um gatinho lá, o Sampa (mas era carioca tb), mas que parecia que não ia ficar com ninguém, numa timidez incrível. Fomos embora, eu já estava caindo de sono. E no outro dia, teria um churrasco no mesmo lugar. A gente estava pensando se iria ou não. E decidimos ir, pelo Sampa. Eu e minhas amigas até apostamos que quem chegasse primeiro ficava com ele. Saímos desfreiadas pela orla de Salvador, buzinando, ultrapassando. Enfim, loucas. Hehehehe.

Bom, quando chegamos lá, combinamos de não entrar sem avaliar antes. Se tivesse tanta mulher quanto na noite anterior, no mesmo nível, nós não entraríamos. Acontece que, ao passar pela porta, eu vejo, numa sunga verde, o meu padrão ideal de homem, meu número total, meu objeto de consumo. E, babando, entramos.

Apesar de todas estarem babando pela criatura, cada uma seguiu seu rumo, arranjou seu paquerinha e talz. Até por que o tudibão, mais conhecido como VP, tava acompanhado, no maior amasso dentro da piscina. Eu mesmo resolvi partir pra outra, quer dizer, pra outro: O Sampa. E quando ele estava indo embora, a gente acabou ficando. Ele perguntou o que eu iria fazer na próxima noite, numa segunda feira, pois eles iriam embora na terça. Eu indiquei um barzinho famosinho que só funciona nas segundas. E ele foi embora.

Quando eu voltei pra minhas amigas, já peguei o trem andando. Uma das minhas amigas, que já estava meio altinha, acabou investindo pesado em VP, e a menina que estava com ele viu. Apesar da situação, não houve o barraco que eu pensei que haveria. Na verdade, eu só consegui entender a história quando ele, o VP, veio até mim dizer que não importava mais o que tava rolando, pois desde o início da festa ele só tinha olhos pra mim.

Gente, guardem as pedrinhas no bolso, não atirem agora senão eu não conto o resto da história.
Eu beijei o cidadão sim, não antes sem me perguntar se era certo, se era errado. Eu tive o maior dilema sim. Só que foi tudo tão rápido, ele era tão lindo que deixei acontecer. E decidi ir embora da festa antes que desse merda.

Qaundo estou no meu carro, aparece a figura, segurando uma mochila, dizendo que iria comigo. Como assim, comigo, cara pálida? Você vai voltar pra lá e ficar com minha amiga! A mochila já estava no banco da frente, ele já estava com uma perninha dentro do carro, quando surge a menina que estava no inicio com ele, dizendo que a amiga estava passando mal e precisava de alguém que levasse ela pra casa com urgência.

Sobrou pra mim. Arrastei o carro com a mochila dele dentro, e dei carona a uma mulher que queria me matar e mais outra que queria vomitar no meu carro. Ah, e à minha amiga, que nem sabia que eu tinha beijado o mesmo cara que ela. Situação fácil pra mim.

Bom, quando eu fui deixar a amiga da mulher em casa, ela pediu pra esperar, pois ela queria voltar pra festa com a gente de novo. Como se fosse minha BF. Enquanto isso, meu telefone já tocava e era o VP, que não sei nem como conseguiu o número e pedia pra voltar, pois ele queria ficar comigo. Eu procurei uma nave pra me abduzir daquele local, mas a única solução que achei foi tacar a bolsa que a infeliz tinha largado dentro do meu carro na calçada e arrastar o carro, só com minha amiga, devolvê-la pro VP e ir dormir.

Mas não foi bem assim que aconteceu. Ele preferiu ir pra casa também, ficou o maior clima e eu também fui pra casa, achando que era o melhor que podia fazer. Acontece que o diabo atenta, e o único pensamento que tive foi: se ele não vai ficar com ela, se eu já beijei, já tô no inferno, devia abraçar o capeta! Mas já era tarde demais, já estava em casa, e aquele homem maravilhoso ficaria só na lembrança.

Na segunda, chamei outra amiga, a Silvia, pra ir no tal barzinho da segunda feira. Contei a história pra ela, tomamos uma cerveja e eu fiquei lá, querendo cortar os pulsos por não ter mais como ver o VP. De repente, enquanto falo, ela me diz: "Miga, tem um cara te encarando." Macacos me mordam, Popaye!! Se não era o meu marinheiro!!! E quem é que tá ali do lado dele, hein?? Hum... o Sampa. Os amigos que eram sócios.

Bom, como boa amiga que sou, deixei logo ele pra Silvia. E ela fez esse enorme sacrifício, de ficar com ele pra que eu pudesse ficar com aquele diabinho lindo e maravilhoso do VP. Nesse instante, chega uma outra amiga, a Kika, atrás do paquerinha dela da noite passada, o Marcos, e aquela rua já estava parecendo carnaval. Estava lotada, só tinha gente bonita, acho que a tripulação dos 8 navios estavam lá. Era uma coisa linda de Deus.

Algum tempo depois, quando eu já estava dando uns beijos no meu carioca, Kika aparece e me diz que vai levar o Marcos pra outro lugar. Entendo a mensagem instantaneamente, me despeço e ela sai com ele. Enquanto isso, VP só pedia para eu levar ele pra minha casa. Claro, minha mãe vai adorar te receber. Idos tempos em que eu morava com mãe. Depois de muito pensar, depois de muito PARAR de pensar, cheguei à conclusão de que nunca mais veria aquele Deus Grego, e que não perderia por nada nesse mundo a chance de ficar com aquela maravilha toda pra mim:

- Silvia, a gente tá indo embora também.
- Ué... então eu também vou com vocês.
- Não... você vai não, fiquem aí.
- Não, a gente quer ir. (E o Sampa balançando que queria ir também.) Pra onde vocês vão?
- Vamos encontrar a Kika, no barzinho que ela tá com o Vini.
- Ahhhhh, então a gente vai também. E Sampa prontamente entrou no meu carro.

Puxo Silvia de lado.
- Eu vou pra casa de minha tia Mo e meu tio Téo.
- Hein?
- Mó e Téo.
- Mentiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiira!! Você?????? Tá louca?
- Amiga, eu quero fazer essa loucura, eu nunca fiz isso na vida, eu quero, eu quero, eu quero.
- Sério?????
- Hum -rum!! Ele é tudibão.
- Tá bom. Também vou.
- Quêêê???
- A gente vai ué, fica em outro quarto.
- Então tá bom, entra no carro.

Não sei quem foi pior. Eu, que saí dirigindo meu carro com o VP, na maior cara de pau, como se fizesse isso tantas e tantas outras vezes, ou Silvia, que entrou quieta no carro e não avisou pro Sampa onde ele estava sendo levado. Enquanto eu dirigia, coloquei um Cd de Renato Fechini, em que ele explicava como usar o "Porra" na Bahia.
Chegando lá no "barzinho", VP mostrou que era um baiano nato:
- Moço. Me dá a porra da chave de dois quartos, porra. Obrigado, porra!

Quando olho pro retrovisor, Sampa parecia em crise existencial. Acho que ele pensou que ia ser uma suruba. Mas eu sou menina de família, apenas levo cariocas direto pro motel, basiquete.
Antes que ele se assanhe, Silvia desce com ele. E eu sigo, pra noite mais maravilhosa que tive em toda a minha vida.

Coisas que descobri depois:
- Kika também estava lá. Amigas unidas permanecem unidas.
- Silvia jura que não rolou nada com Sampa. Coisa que até hoje ninguém entende muito bem. Não sei se ela quer sair de pura na história ou se o cara broxou. Eu só sei que ela até hoje é encantadinha pelo cara, coisa que eu tambpem não entendo. Se não come, pra que veio?
- Marinheiro faz feliz.
- Toda vez que eu ouço aquele forrózinho que diz "Xoxó tá tão bonita, aniversariouuu", eu lembro do VP. Coisa linda de Deus.
- Que é melhor a gente se arrepender do que fez, do que não fez. E eu não me arrependo de nada.
- Que a vida é feita de pequenos momentos e das histórias que temos pra contar.

Foi uma noite em que me dei o direito de viver do jeito que eu quiser. Passou. E valeu.

Não sou melhor nem pior por causa daquela noite. Mas sou mais eu.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Me conta uma história?

E quando você está assim, tão pensativa que não consegue dormir... o sono não vem... e alguém te liga lá da Bahia, e falando doce, promete que só vai delsigar o telefone quando você pegar no sono. E você apaga a luz, deita na cama, fecha os olhinhos e fica aquela pessoinha te contando histórias, histórias, histórias... e você dorme.

E quando chega 02h da manhã, o celular cai no chão, você acorda e constata que ele ficou duas horas ali, até você dormir.

Eu queria era me apaixonar por alguém assim.

Porra de vida complicada.

É pá se fuder.

Ontem eu cheguei em casa tão emotiva, que vim direto postar aquela enchente de sentimentos. Só que o post sobre Salvador acabou me salvando, e só por ontem, eu me privei de falar sobre o que mexeu com meu dia inteiro. Só hoje de manhã é que me lembrei de que nem jantei ontem. Coisa grave.

Pois bem. Ontem eu fui indicada para ir trabalhar numa outra filial, para cobrir uma gerente que havia sido demitida. Enquanto não havia decisão sobre quem ficaria no lugar dela, eu fui lá tapar buraco. E daí, recebi a notícia: Ele seria o indicado, recebeu a promoção que tanto esperava. Virou gerentão.

Eu vivi dois momentos simultâneos: fiquei feliz pra porra e fiquei fudida. Feliz por ele, por que o que mais quero na vida é que aquela figura se dê bem. E fiquei fudida por não poder participar, não poder comemorar, ter que receber a notícia com cara de paisagem. Nada de U-hus, Vem cá meu nego, hoje a noite é nossa. Além disso, eu estava ali, sentadinha na cadeira que seria dele, ajeitando tudo para quando ele fosse chegar. Ou seja, respirando ele durante as 8 horas de jornada de trabalho. Falando com ele durante o expediente para resolver questões de trabalho. E sendo tratada como uma boa amiga, uma boa colega de trabalho. Arraso total.

Lá pelas tantas ele liga no meu celular. Pergunta se posso levar uma documentação até ele quando eu saísse do trabalho. Na hora eu praguejei comigo mesma, pois se eu não estava aguentando ouvir a voz dele imagina VER ele. Mas fui, mesmo sabendo que poderia ter mandado um fax, mesmo abendo que ele poderia esperar até o dia seguinte para alguém levar até ele, mesmo sabendo que aquela era ad esculpa que nós dois esperávamos para nos ver, sem admitir que era isso que queríamos.

Cheguei lá, liguei e ele foi até o meu carro. Eu gelava. Ele entrou, e pude ver o quanto ele estava nervoso por estar ali, sem saber o que falar, pra onde olhar, como respirar. Me deu a mão. E ficamos lá, de mãos dadas, nos olhando, falando bobagens. Constatando que nada passou. E ficou no ar se nos veríamos novamente, ele chegou até a perguntar por que eu não queria mais saber dele. A aliança no dedo dele, quase me cegando, parecia não ser a resposta.

E foi assim que eu voltei pra casa, com o cheiro dele na minha mão, sem entender direito o que rola entre a gente, apenas com a certeza de que estou apaixonada pelo cara certo na vida errada. E depois, quando ele ligou, também veio a certeza de que também mexo com ele, que ele também está envolvido. E depois de muito pensar, também cheguei a conclusão de que se eu ceder mais uma vez, uma vez sequer, estarei arruinada, estrupiada. Serei amante a vida toda, à base de muito Olcadyl.

E é por isso que eu digo não, mesmo quando meu corpo me denuncia, meu olhar me trai e minha boca implora por um beijo de quem não pode nunca ser meu.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Salvador, para aprender e se divertir

Recebi esse texto por email, e achei que veio a calhar, pra complementar o post abaixo, dos braus. Eu não sei quem foi o vagabundo que escreveu isso, com certeza desempregado, porque é um texto grande da porra, mas vale a pena pra dar algumas risadas. Lembrem-se: o objetivo é divertir, não levemos muito à sério, pois tem muita besteira e estereótipo no texto. Enjoy it!!

Salvador, para aprender e se divertir!!!

Divisão Física:

A Bahia se divide entre Cidade Baixa e Cidade Alta:
Na Cidade Alta está Pituba/Itaigara/Iguatemi: é o que importa. A única parte civilizada da cidade é o resultado de um prefeito que construiu uma avenida e ficou com preguiça de fazer o resto.
Centro Histórico: Consiste em Barra, Ondina, Pelourinho e adjacências. É habitado somente uma vez por ano, no carnaval. Durante o resto do ano, somente turistas têm a disposição de subir as ladeiras do Pelourinho para ver o Elevador Thiago Lacerda ligar o nada com lugar nenhum.

O norte: A cidade é limitada ao Norte pelo time do "Jaía", bem pertinho do Bompreço. Mais ao Norte, é onde ficam as praias. Oficialmente começa em Jaguaribe (uma praia) e termina em Vilas do Atlântico (outra praia), passando por Itapoã (Outra praia que ninguém sabe como se escreve, Itapoan, ou Itapoã). Seu acesso se dá pela Avenida Orlando
Bloom, que tem a maior média de assalto do país: 2 assaltos por pessoa, por minuto.

Brotas: é a Brooklin soteropolitana. Um núcleo de resistência independente. Tem dialeto, moeda e governo próprio. Precisa de passaporte pra cruzar a fronteira.

Cajazeiras: Não confundir com "cachaceiras". Começa em Cajazeiras 1 e vai até Cajazeiras 15785. Também tem vida própria e até hoje ninguém descobriu como chegar até lá.

Ribeira: Tem sorvete na sorveteria da Ribeira, indicada pelo Guia Veja em mil novecentos e bolinha.

Liberdade: é um dos bairros mais importantes de Salvador, por conter passagens secretas que desafiam as leis da física e confirmam a teoria da quarta dimensão.

Feira do Rolo: local onde você compra o que quiser e quando quiser. É um supermercado, que sempre tem o que você procura. Lá existem coisas como fósseis de pterodáctilos, órgãos para transplantes, animais em extinção (qualquer um, de tigres dentes de sabre a mutantes), armas que nem a polícia tem e objetos que foram roubados da sua casa.

Divisão Química:

Salvador é composta por átomos de Hidrogênio, Axé e Dendê. E é claro, dos gases provenientes desses compostos.

História:

Idade Antiga: Melhor perguntar a Dona Canô.

Idade Média: em seus Feudos, os caciques Tupinambás exploravam os camponeses num regime conhecido como vassalagem. Foi a época dos grandes torneios de miserês, piriguetes e tingalagatingas.

Idade Contemporânea:

1798 - Nasce ACM
1815 - É inventado o Trio Elétrico e o carnaval é descoberto
1830 - ACM vira imperador da Bahia
(...)
1990 - Ivete Sangalo lança 1º CD.
1991 -
Ivete Sangalo lança 2º CD.
1992 - Ivete Sangalo lança 3º CD.
1993 - Ivete Sangalo lança 4º CD.
(...)
1996 - Começam as obras do metrô de Salvador, projeto para 2004. Surge em Salvador a primeira música que não é Axé, o Arrocha.

2005 - O arrocha é esquecido.


Previsões:

2090 - Ivete Sangalo lança 80º CD.
2090 - O metrô é inaugurado.
2093 - Morre em Salvador Ivete Sangalo.
3091 - Morre em Salvador ACM e ACM Neto assume.
3099 - ACM ressuscita
3666 - ACM assume ser o anti cristo: Anti Cristo Miserável.

Clima, Vegetação e Hidrografia

Em Salvador, faz calor. Há apenas duas estações: o verão e a de trem. A vegetação da cidade consiste em coqueiros. O principal rio chama-se Cocô Beach, e fica no bairro do Costa Azul. Depois do fracasso do Bahiazul, estuda-se a possibilidade de mudar o nome do bairro para Costa Marrom, ou Costa Negra.

Cultura:

Não se pode esquecer que Salvador sedia a maior manifestação cultural popular do mundo: o Carnaval. É nessa época que o soteropolitano gasta a energia do ano todo, correndo atrás do trio, correndo atrás de mulher ou correndo da polícia. O carnaval é tão importanto para o baiano que, para não ter que esperar um ano inteiro, já se inventou uma série de festas como Festival de Verão, BonfimLight, Babado Elétrico, Trivela, Ensaio Geral, Piu-Piu, 02 de julho, Lavagem de Ondina, Lavagem do Beco e muitas outras lavagens.

Língua:

Em Salvador é falado o Baianês, que conta com seu próprio alfabeto: A Bê Cê Dê É Fê Guê H I Ji Lê Mê Nê O Pê Quê Rê Si T U V X Z.
Ao contrário do que muitos pensam, o Baianês não é falado lentamente, mas sim cantado. Não existe também o gerúndio: o "d" é excluído no "ndo", o que resulta em "falano", "correno", ao invés de falando e correndo. A letra G (fala-se Guê), também não é usada na maioria das frases, quanto tem som de J (Ji), dando lugar ao R (Rê). Simplificando: A gente - fala-se "Arrente."
Mas, em alguns casos, também a letra S pode ter o som de R (Rê), de forma que a frase "As camisas das mulheres" vira "Ar camisa dar mulé."

Algumas frase cotidianas:

"Colé, meu brodi!" = Olá, amigo!
"E aí, pai?" = Olá, amigo!
"Fala nigrinha!"
= Olá, amigo!
"Diga aê, seu xibungo!"
= Olá, amigo!
"Faaaaala minha puta!"
= Olá, amigo!
"Colé miserê!!"
= Olá, amigo!
"Diga aê, disgraça!"
= Olá, amigo!
"Diga aê negão!"
= Olá, amigo! (não importa a cor do amigo)
"Ô véi!" = ô, amigo!
"Colé de mermo?" = Como vai você?
"Aishhh Mainha!!" = Até hoje não se sabe a tradução. Sabe-se apenas que nas músicas de pagode, o vocalista está excitado com sua amante.
"Oxe!" = Todo baiano usa essa expressão para tudo, mas um forasteiro nunca acerta quando usa.
"Lá ele!" = Eu não, sai fora! (Ou qualquer outra situação da qual a pessoa queira se livrar.)

Transportes:

Os soteropolitanos contam com um sistema de trasnporte público extremamente pontual que nunca se atrasa para o dia seguinte. O metrô, por exemplo, até agora nunca teve nenhum caso de atraso, a não ser os 10 anos de obra, ainda não concluídos.
Salvador também tem o único metrô que passa por cima da cidadeao invés de por baixo (alguns dizem que a Disney está querendo comprá-lo, pois é a maior montanha russa do mundo.)

Moda

Salvador é a única cidade em que o Reveillon está sempre na moda. Todo mundo veste branco o ano inteiro, a não ser no carnaval, quando a única vestimenta usada é o abadá. Lojas de moda não lucram em Salvador, pois os ingressos das festas já vêm com a camisa.

Economia

Só se sabe que o baiano nunca tem dinheiro para nada. Mas sempre sobra pra bebida e pro Chicretão.

                           









terça-feira, 12 de junho de 2007

Se ligue vú mermão...

Eu estava trabalhando quando uma amiga chegou, esbaforida, querendo me arrastar até um canto, pra me mostrar alguma coisa. "É um brau amiga, igual como você falou!! É um brau!!!"
Quando chego lá, lá estava, sentadinho no sofá, um brau. Com bermuda de surfista, cofrinho aparecendo, um bonezinho encardido com um piercing na aba, pulseirinhas de plástico no braço e camiseta machão (aquelas sem manga), de linha. Um brau, tipicamente. O alvoroço da minha amiga é que ela viu se materializar na sua frente o conceito da palavrinha que eu uso, volta e meia: BRAU.

Ser Brau não tem a ver com cor, sexo, raça ou classe social. É estilo. Estilo Brau. Está no jeito de vestir, falar, andar e dançar. O típico brau se veste exatamente como descrevi acima. A mulher brau geralmente usa blusas de lycra com sutiã com alça de silicone, saia ou short sempre muito apertado. Antigamente ensopavam o cabelo com Kolene, mas pela evolução da espécie a maioria já aderiu à chapinha. Gostam de tudo que é moda, principalmente as ditadas pelas novelas. Andam pelas lojas pedindo o colar da Safira, a argola da Leona, a minissaia com legging do Lacraia. E usam isso mesmo décadas depois, vide sandálias com saltinho de cristal com as quais nos deparamos na rua a todo momento. E quando insistem em usar faixa no cabelo, a usam na testa.

Público fiel de shows tipo pagodão baixaria e arrocha. Adoram festa de camisa (É festa de camisa e colorida!!). Sabem todas as coreografias. Os homens, quando não sabem as coreografias, dançam fingindo que estão brigando, empurrando os outros, dando socos no ar. Na praia, gostam de dar saltos mortais por minuto, carregam o oléo de urucum na cintura da bermuda ou na pochete (Desconjuro!). Alguns passam água oxigenada. Gostam de óculos espelhados, imitação da HB, Mormmai ou Arnnete. E quando não estão usando os óculos, eles colocam a parte das lentes viradas pro pescoço, apoiando as hastes nas orelhas, e fica aquela coisa de que, de costas, ele parece que está de frente. No ônibus, adoram um batuque, ou um tumulto.

Mas para mim, o mais interessante de um Brau é o dialeto. Eu sou da teoria que todos nós temos um lado brau, e é no dialeto que reside o meu. Até já entrei na comunidade do orkut "Eu falo Braulês." Com um jeito de falar meio ameaçador, meio marrento, meio gozador, eles utilizam um vocabulário próprio. Cito então algumas das expressões mais utilizadas pelo Brau baiano:

Na tora- À força, contra sua vontade. Exemplo:

- "Ó mermão, você me dê essa porra logo, senão eu vou tomar na tora, vu!!".

Pelo uso, já surgiu o advérbio de modo Natoralmente, utilizado da mesma forma: "Você me dê essa porra desse dinheiro logo, senão eu vou tomar natoralmente, vu?"

Eu quero é prova! - O brau não está botando muita fé no que você disse, ele não acredita que algo que foi dito irá se concretizar. Exemplo:

- "Fulano disse que vai lhe picar a porra se você der em cima da mulé dele!"
- "Eu quero é prova que ele vai picá-la a disgraça na minha cara!!"

O Brau também poderia responder com a variante "Eu quero é prova e um real de Big Big!!". Ou ainda: "Eu quero é prova, um real de Big Big e o troco de Paçoquita!". Ou ainda, simplesmente responder o já famoso e conhecido "Aooooooonde!", que já foi citado até na propaganda do HSBC, onde o carinha pedia a mulher em casamento e ela respondia Aoooooonde, querendo dizer, simplesmente: Não, tá louco, bebeu xampu???

Partir a milhão - Ir embora rapidamente, se mandar. Exemplo:

- "Rapá, quando eu vi que ia sobrar pra mim, eu parti a milhão!"

Também pode ser substituído por Partir a mil, Se sair ou Abrir o Gás.

Se botando -
Tirando onda. Geralmente, está procurando confusão. Exemplo:

- "Oxe, você tá se botanu pra cima mim, é? Num se bote não, vu, não se bote não que eu pico-lhe a porra, sinha mizera, eu lhe arregaço!! Tá me comediando, eu sou palhaço por acaso??"

Mizera - Meu olhar atento às tendências do futuro me diz que Mizera será o novo Porra da Bahia. Surgiu da palavra Miséria, e é utilizado de diversas formas. Pode ser vocativo: "ô sinhá Misera, venha cá!!!", artigo indefinido "Esqueci a mizera do cartão em casa", Sujeito: "A mizera nem me ligou no dia dos namorados", e por aí vai. Atualmente na Bahia, já surgiu o derivado da palavra, utilizado como adjetivo para alguém que não leva desaforo pra casa: Miseravão, Miseravona.

Queixar - Verbo que pode ser usado no sentido de pedir, usando a cara de pau; ou paquerar. Exemplo:

- "Na moral vu, man... vou queixar meu chefe pra me liberar amanhã... vô chegá lá queixando: Me libere aí vá, na moral, que eu tenho que resolver uns pobrema pessoal..."

- "Fulano me queixou na festa de ontem, a gente acabou ficando."

Também existe a variação, quando queremos incentivar alguém a queixar alguma coisa: "Jogue os queixos, velho!!." Sem falar na pessoa que está sempre pedindo tudo na maior cara de pau: "Ele é muito queixudo/queixão." Ou ainda a expressão "Que queixo!!", como por exemplo:

- Porra, você ganhou dois brindes, me dê um, vá, na moral!!
- Oxe!! Que queixo!! Se saia, mermão, vô ficar com os dois.

Barão - Moeda corrente. Exemplo:

- "Moço, quanto é esse relógio??"
- "Aê, morena, pá você eu faço 10 barão."


Também não podemos deixar de citar palavras e expressões corriqueiras, utilizadas sempre pelos Braus e simpatizantes (como eu...):

Buzu, buzão, Coletivo ou Carro - É o famosos G.O.L (grande ônibus lotado). Quem dirige é o Motô, e o responsável por receber o pagamento da passagem é o Cobra.

Colé véi, colé de mermo - Qual é, e aí?

Trazerar - Não pagar passagem no ônibus. Antigamente os ônibus em Salvador tinham a entrada pela frente e os coithado que não queriam pagar entravam pela porta traseira.

Água dura - Quando uma festa vai ser "Água dura" significa que vai ter muita cachaça. Você vai "Comer água" e chegar em casa "Em águas".

É nenhuma! - Tudo bem, relaxe, não se esquente, é nenhuma.
- Porra, foi mal não ter te ligado ontem...
- É nenhuma!!

Paletar - Andar demais, andar à pé longas distâncias.

Tirado - Um cara metido, arrogante.

Sem falar nas licenças poéticas: Vidro é vrido, fósforo é froscu, fóscuru, frosfro. Calota vira carlota, ônibus vira ôndibu...

Enfim, ser Brau envolve mais conceitos do que pode abranger nossa vã filosofia. Pode ser tudo isso junto, ou apenas um item isolado. Você pode SER brau, ou ESTAR brau. Mas o mais importante: Estará sempre sendo muito divertido!!

Tá ligado, Bródi?

E você? Quantos braus você conhece, além de mim??

Uhu! U-hu.

"Feliz dia dos namorados, meu amor!! Estou contando os anos pra casar com você!!"

Essa foi a mensagem que recebi hoje. De um ex, aquele que andou aparecendo por esses dias, pra dizer tudo aquilo que não disse em tempo hábil. O trato foi esse: se chegarmos a idade-limite estando solteiros, a gente se casa pra não morrer sozinho e sem filhos. A questão é quando será essa idade-limite. Estava pensando esperar mais uns 16 anos. Ele pensa em 3.

Doesn't matter.

O que importa é que essa foi a única mensagem que recebi no dia de hoje. E eu que me dê por satisfeita. Aguentei um dia chuvoso no trabalho, fui paletar atrás de minhas metas, uma paleta da porra na chuva, voltei toda molhada pro ar condicionado, e via pessoas recebendo flores. Não.. ouvia as colegas comentando os planos de hoje à noite. E ainda teve uma miserável que saiu perguntando uma por uma, seguindo a sequência certinha: " E você, Fulana, vai fazer o quê hoje, hein??" e me pulou. Me pu-lou. Nem perguntou se eu tinha uma samambaia pra aguar. Me ignorou. E no final do expediente, ainda veio me detalhar a noite. "Mas eu vou picar a porra na tua cara se você não parar com essa história. Não tá me custando nada pra eu te esgoelar!!!"

Essa vida é foda.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Não me xinguem, seus cegos!

Porque esse inferno desse Blogger não permite que eu mude o tamanho da porra da fonte do caráleo do post abaixo??

INFEEEEEEEEEEEEERNO.

Ossos do oficio

A pessoa resolve se afundar no trabalho para não ter tempo nem para pensar no que não deve. Ainda mais na véspera do dia que eu não vou mais citar o nome, aquela datinha mizerenta, puramente comercial, que serve pra enganar os trouxas, roubar os românticos e deprimir os encalhados.
A chefe, vendo que estou ali, concentradíssima resolve me dar uma incubência. Ligar pro infeliz para saber como é que faz tal procedimento. Diliça de vida.
Detestei me dar conta de quanto meu coração acelerou enquanto discava o número. De como ele PAROU quando ele atendeu. Mal-di-ção.

"Oi Fulano, tudo bem, blábláblá, Whiskas Sachê, me diz como faz isso."

Com o cuidado, a educação e a graça que ele tem, me ensinou tudo com toda a paciência do mundo. A peste nem pra ser estúpido e broxante serve. Eu lá, ouvindo, um fio de baba escorrendo pela boca enquanto ouvia ele falar. Mongol Moment total.

E quando acabou de explicar, a demente aqui não disse "Valeu, mermo bródi, Já fui Bamda Mel.", como devia ter feito. Fiquei lá, respondendo o que estava fazendo da vida, ouvindo ele contar da dele.

- Andas saindo?

- Saí na quarta, fui lá no bororó bororó (tomar todas pra não lembrar que você casava naquele dia)

- Tá me traindo, é?

- Pois é, Soldado morto, farda noutro, como diz vovó.
(fdp fdp fdp!!)

- Eu lembro de você toda vez que vejo a novela das oito.

- É?
(Que bom saber que você lembra de mim enquanto está ao lado de sua esposa, brincando com sua filha...)

- Aquela atriz chama o carinha igual como você me chamava.. eu fico rindo, lembrando de você...

- (tô fazendo falta, tô fazendo falta pra vocêêê)

- Quando é que você vai me chamar pra jantar aí com você?


- Quando você for de mala e cuia.


Eu não respondi assim, nem o papo foi somente esse. Não consigo ter raiva dele, nem achá-lo um tremendo filho da puta. Continuo achando que era a pessoa certa no MUNDO errado.
E eu que me foda.

domingo, 10 de junho de 2007

Aluga-se

Aluga-se

Meio que sem blush, meio despenteada, meio que sem gloss.

Um céu meio que nublado, um vestido desbotado, a chuva que embaça os vidros do carro.

Um sapato que aperta o pé, um zíper que emperrou, um cacho de cabelos que despencou.

Tenta manter a postura, abre um sorriso branco, reluzente. Falso.

Tenta fingir que está tudo bem, e as horas seguem no relógio, uma após a outra, alhei à sua vontade.

Na família tudo bem, no trabalho tudo ok.

Mas dentro do peito tem um apartamento com cama de casal e o lado direito da cama está sempre frio demais.

E nem um perfume no outro travesseiro.

É solidão demais para um quarto e sala.

É solidão demais.

Propostas indecentes

A pessoa liga 8 horas da manhã do domingo pra me chamar pra ir pra praia. Tico e teco conversam entre si por alguns milésimos de segundo: Não tem gatinho, não tem taça de Boehmia, não tem mesa nem cadeirinhas confortáveis. Tem tubarão, farofa e cerveja em copo plástico. Não matei ninguém para merecer isso. Não, obrigada, vou continuar dormindo.
Horas depois, a pessoa me chama pra ir almoçar num restaurante que eu adoro. Caí na cilada. De lá, depois de comer feito uma lontra, fui parar no shopping.
No shopping!!
SHOPPING!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Gente... vocês ainda não pegaram a ficha. SHOPPING CENTER EM VÉSPERA DE DIA DOS NAMORADOS!!
Eu queria uma lixa de pé pra esfregar nos meus pulsos!!!
Era casalzinho feliz pra cá, casalzinho feliz pra lá, carrinhos de bebê por todo o canto. Toda vitrine que eu olhava, lá estava um bilhetinho de "Eu te amo!", "Eu te desejo!!" e o escambau.
Eu tinha vontade de pôr o pé pra cada um que passasse abraçado na minha frente. Se um caindo já é engraçado, imagina dois de uma vez só.
Seria tão divertido....

Oh céus, como eu sofro!

Hoje me senti como quando morava na Inglaterra. As pessoas por lá estavam sempre de passagem. Prontas pra ir embora de nossa vida a qualquer momento. Não podíamos nos apegar.

Vivo novamente essa sensação, de ver alguém a quem me apeguei ir embora e me deixar aqui sozinha. Pior: Ir embora pra minha terra!! Pra onde eu gostaria de ir também!!

Sacanagem essa história, de ficar me dando e me tirando.

Vou ficar sozinha novamente.

Banzo

Quando eu vi essa foto pela primeira vez, chega perdi o ar. Acho que por um instante, eu voltei pra casa. Voltei pra vida que eu tinha um ano atrás. Por um momento, quando olhei essa foto, lembrei da época da faculdade, quando rodei toda a cidade com câmeras, tripés e modelos, fotografando cada pôr-do-dol para o projeto de formatura em Publicidade. Quando olhei essa foto, senti o gosto do acarajé de Dinha, da Skol gelada, do bate papo com a amiga depois da academia, dos fins de semana jogando buraco, ou rodando pela cidade, praguejando contra a noite de Salvador, comparando-a com a noite de São Paulo. E hoje, eu olho uma foto dessa e entendo. Entendo que Salvador cativa pela beleza, pela magia, pelo clima, pela áurea que sobrevoa toda a cidade, dando esse ar meio mágico, meio preguiçoso. É essa áurea de paz e aceitação, onde o negro se expõe na rua e é admirado, onde o candomblé é respeitado mesmo por quem não compartilha das mesmas crenças. Sinto falta disso, de ver um rasta pela rua, da cultura africana, da musicalidade, do ar de brincadeira que todo baiano tem.
Desde quando me mudei, a principal crítica que ouço aqui é que o baiano não quer ser nordestino. De certa forma, entendo o que levam alguns a pensar assim: nossa cultura, nosso jeito de falar, de vestir é realmente muito diferente de todo o nordeste. Mas não é por que queremos ser melhores. Somos diferentes, temos sim a cultura nordestina, porém nossa raiz africana é mais forte. Influencia nossa comida, nosso dialeto, nosso sotaque.
Talvez alguns de vocês nem entendam do que estou falando, e eu não vou tentar esmiuçar isso demais. Eu estou falando de saudade, apenas.
Saudade da Bahia.

sábado, 9 de junho de 2007

Preparar munição: Lá vem o dia dos namorados!

Dia dos namorados está chegando.
Geralmente eu fico praguejando contra a data e daí vem alguma coisa e muda tudo. Acho que meu cupido fica com remorso por ser tão incompetente, e justo nessa data ele me dá uma colher de chá.
Por exemplo, em 2005, eu tive dois dias dos namorados. Um, no dia 04 de fevereiro, Valentines Day's. Estava na Europa, de paquerinha com um homem-bomba e ganhei um perfume maravilhoso. Ponto pra mim.
Depois, já no Brasil, dia 11 de junho saí com amigas, planejando encher a cara e nem ver o dia 12 chegar. E depois, sair pela madrugada com estilingues apedrejando cada casalzinho feliz que passasse por nossa frente.
Só que estávamos em Salvador, terra festeira em que, por ironia do destino, a noite é complicadérrima. A gente entra no carro e planeja ir para diversos lugares famosérrimos, tais como "Não sei", "Sei lá", "Você que sabe", "Vocês decidem", ou "Qualquer lugar". Ficamos rodando de barzinho em barzinho, procurando algum que estivesse cheio de gente bonita, e vazio de casal. Quando estávamos quase desistindo, passamos pela frente de um lugar onde um grupo de amigos conversavam na porta, talvez no mesmo dilema que o nosso. Um deles, alto, moreno e bonitão, olhou pro nosso carro quando estávamos passando. Foi incrível: as três pararam o olhar naquele pedação de mau caminho. E ele, olhou pras três. A que estava dirigindo, brecou. A outra deu idéia: "engata a ré!"
Ré engatada, o gostosão disparou a correr em direção ao carro. Alguém deu a idéia: "Arrasta o carro!!" e o bonitão parou, desolado... Rimos muito. Paramos o carro, e ele chegou pra se apresentar. Depois de algumas horas de disputa, tinha um gostosão bem no meio da minha cara... No outro dia, eu desfilava pela cidade de mãos dadas com aquele pedaço de mau caminho, tão "meu-meu", em pleno dia dos namorados. Ponto pra mim, again.
Em 2006, reencontrei um colega de faculdade pela internet. O cara morava longe pacas. Mas no dia 14 de junho, ele aterrisou nas terras baianas, com direito a presente de dia dos namorados e tudo. Exatamente como eu tinha pedido no dia 13 de junho ao meu amigo Santo Antônio. Ponto pra mim. Pra nós.
Mas tô achando que em 2007 não vou ter escapatória. Aqui estamos no fim de semana que antecede o temido dia. E eu em casa. Na sexta feira, dia 15 eu tenho uma festa do trabalho pra ir, mas não vou pra não encontrar nenhum recém casado sorridente por lá. E no próximo fim de semana, uma prova fuderosa me espera.
Esse eu tô pagando pra ver. Vou trucidar, estripar, capar meu cupido!
Ele me deve ao menos um telefonema. UM telefonema, de qualquer carinha. Qualquer um!
Nem que seja engano.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

É uma falta de esculhambação!

Quem trabalha com público pode até ganhar pouco, mas se diverte. Eu então, vou ao banheiro para ter crises de riso várias vezes ao dia.

Outro dia, um cliente foi tirar dúvidas sobre alguns investimentos que tinha feito, inclusive uma previdência. Taxa de administração, taxa de performance, taxa de carregamento... TAXA DE CARREGAMENTO????

- Mas como, se fui eu que CARREGUEI o dinheiro até a agência, vocês não carregaram nada, fui eu que levei tudo!!!

Assustar cheque, cartão bronqueado, cartão com chips, tirar raio x de cartão.. tudo é vocabulário rotineiro.

Mas engraçado mesmo é ver o peão querendo tirar onda, se chatear por ter que assinar tantos papéis e dizer:

- É muita democracia!!




quinta-feira, 7 de junho de 2007

Arrematando...

Mas, depois de alguns minutos, a gente se recupera. Acho que aquele choro foi só pra lavar ele de mim. E agora, se foi.

Junto com as tequilas que tomei na quarta à noite.


Give me a brand new day.

Break só pra virar a folha...

A gente vai levando a vida de tal forma, sendo atropelada pelas atribuições do dia-à-dia, que isso acaba nos ajudando a fugir de certos confrontos, mesmo que internos. A gente maqueia que tá tudo certo. E de repente, no som do carro, uma música vem, nos desnuda e acaba borrando a maquiagem. E eu chorei.

Não estava no script, não estava no roteiro, não estava apaixonada. Então, por que chorar no dia do seu casamento, só por ouvir uma música como essa?

Ando procurando pelo seu olhar
Clareou o dia você desapareceu
Na estrada, no vento ou qualquer outra rota estelar
Na ilha deserta ou no inverno do norte europeu

Mergulhando ruas, beijos ao luar
Velejando bocas, loucas pra beijar
Mar e o oceano, e a onda que veio e bateu
Lembra a distância entre o seu mundo e o meu

O aluguel venceu
Meu time jogou
Tudo aqui é seu
E você não ligou
De manhã choveu
O carro enguiçou
O sinal fechou
O amor não percebeu

Passo todo dia e noites a vagar
Solto no descaso, preso em seu mirar
Na dança do tempo só você, meu bem, é que não viu
Durmo sabendo que você não vai voltar...

Breu - Vander Lee

"Se vira nos sete"

Bom, a Silvía, que mora aqui, me passou essa listinha pra eu preencher. Vamos lá.

7 COISAS PRA FAZER ANTES DE BATER AS BOTAS

- Casar, com direito a vestido de noiva e tudo o mais.
- Conhecer a Polinésia Francesa.
- Morar aonde estão as pessoas que amo.
- Ter dinheiro pra fazer as coisas que gosto.
- Aprender a me alimentar direito.
- Voltar à Veneza com o amor da minha vida.
- Ter uma filha e educar ela como eu queria que toda criança fosse.


7 COISAS QUE EU MAIS DIGO

- Porra, velho!! (Quando alguém me desaponta)
- Que porra! (Quando algo dá errado)
- Vá pra porra! (Quando alguém me irrita)
- É uma porra, viu... (Quando não consigo fazer algo do jeito que queria)
- Porra, caralho, inferno! (Quando eu tropeço, me bato, ou chuto as quinas dos móveis)
- Lá na casa da porra (Quando vou a algum lugar longe como a porra)
- Porra, na moral viu, você é foda... (Quando eu não consigo convencer alguém a fazer o que quero)

E a oitava, que não podia ficar de fora, mesmo sabendo que só são sete:
- Poooooooooooooooooooooorraaaaaaaaaaaaaaa!!! (Quando estou surpresa...) hehehehe

7 COISAS QUE FAÇO BEM

- Amor.
- Escrever cartas.
- Me maquiar.
- Compras.
- Falar mal dos outros.
- Piadas.
- Dirigir.

7 COISAS QUE NÃO FAÇO

- Usar drogas.
- Roubar.
- Comer alho.
- Fazer rasta no cabelo, por mais que ele me contrarie.
- Transar sem camisinha.
- Encher o tanque do carro.
- Fazer orações prontas, do tipo: "Deus, me dê isso, por favor..." (peço sempre o que for melhor pra mim...)

7 COISAS QUE ADORO

- Comer.
- Beber.
- Beijar.
- Sexo.
- Rir, gargalhar.
- Perfumes.
- Praia.

7 COISAS QUE ODEIO

- Mentiras.
- Gente querendo aparecer.
- Alho.
- Telefone que não toca.
- Engordar.
- Não ter dinheiro.
- Auto piedade.

E agora, tenho que passar a bola pra mais sete blogueiros, mas sabendo que os blogueiros da minha lista já receram o convite, a intimada será a Srta Processável!

terça-feira, 5 de junho de 2007

Vou comer água!!

Bom... amanhã, além de ser véspera de feriado, é o casamento do cidadão. Não contem com post melodramáticos, de ameçar de cortar os pulsos com cream cracker ou passar lixa de pé na testa.
Amanhã eu vou é comer água.
Vou é subir num salto, fazer uma maquiagem bala, usar meu perfume predileto, e sair por aí, avassalando corações!!!

Tá bom, tá bom. Eu vou é ali ver o Geraldinho Lins e dançar forró.

E acabei de me lembrar que a primeira vez que vi Geraldinho foi com ele. E já percebi que vou ter que beber mais do eu pensava.

Vou ter que comer água.

Soube não? Mor-reu.

Cacau é uma amiga que mora na Inglaterra. É baiana, e não perde aquele jeito baiano de falar nem a pau. Acontece que ela me manda uns emails cômicos, com comentários super "brau", e eu fico me embolando de rir.
Ontem, estávamos no msn, eu, Cacau e mais duas amigas. Rolou a oportunidade de sacanear: como ela mora na Inglaterra, está por fora do que rola aqui no Brasil. Eu inventei que Cássia Kiss tinha morrido:

EU - pois é... morreu.
CAU - MORREU?

AMIGA 1 - oxe... quem morreu que eu não vi?
EU - Cássia Kiss! Morreu. Viu não foi?
AMIGA 1 - Anhhh.. foi mesmo!! Nem me liguei.
AMIGA 2 - Oxe meninas, vocês estão doidas é?? Ela tava na Caras semana passada!!
EU - Semana passada, darling. Morreu nessa madrugada.
AMIGA 2 - hummmmmmmm... coitada. Foi mesmo, lembrei de minha mãe comentando.
CAU - poxa gente... morreu de quê? Ela tava doente?
EU - infarto.
AMIGA 1 - Tava.
EU - Não tava nada. Foi fulminante.
AMIGA 2 - Foi, de madrugada. Pá-pum.
AMIGA 1 - Coitada.
CAU - Poxa.. estou tão triste.
EU - Fica não. Ela foi encontrar Nair Belo.
CAU - Mesmo assim estou triste.
EU - Fica, fica triste. Chora, que a alma dela vai se remexer no túmulo e vai até aí puxar teu pé.
AMIGA 1 - Buuuuuuu
CAU - Deus é mais.
AMIGA 1 - Vai sim... de madrugada... vai tremer tudo, que nem Ilka Tibiriça e Ataliba Timbó.
CAU - Pára gente.
AMIGA 2 - Tá com medo da Cássia Kiss? Oxe, você não gostava dela?
AMIGA 1 - É menina. Quando ela chegar é só você mandar ela seguir a luz!
CAU - Pára!!
EU - Eita!! Plantão!!
AMIGA 1 - Tan tan tan tan tan nan nan!!
CAU - Pooooxa... queria ver!!
EU - Vocês estão vendo?
AMIGA 1 - Porra.
AMIGA 2 - Não acredito.
CAU - O que é gente?
EU - Veeeeeeelho!! Que porra é essa??
CAU - Conta gente!!
AMIGA 2 - Nunca vi isso antes!
CAU - Porra, conta veeeelho!!
AMIGA 1 - Cacete!!
CAU - Gente, o que é que tá passando????
AMIGA 1 - Ressuscitou...
CAU - PUTAS! VOU PICAR A PORRA EM VOCÊS, VOU AI QUEBRAR SUA CARA, VOU DAR UM TAPA PRA BOTAR SUA CARA PRAS COSTAS!!!

Hehehehe... tadinha. Só sei que ela realmente ficou com medo da Cássia Kiss e falou que ia mandar um email pra gente ver o que era assombração de verdade. Eu tô ligada que email é esse. Ela me mandou ano passado e eu fiquei quase um mês sem dormir. Era uma foto de uma morta embaixo da cama de um hospital, muuuuuito bizarra, dava arrepios. Eu lembro da cara da menina até hoje. Agora, a porra é que ela escreveu um comentário antes da foto... e eu quero ler, mas não tenho coragem nem de abrir o inferno do email. Ela mandou pra todas e todas apagaram sem ler. E ninguém sabe o que a vaca escreveu.

A curiosidade vai matar Cássia Kiss, não eu.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Mato a cobra e mostro o pau!

Andam dizendo por aí que tentei matar uma barata com laquê de cabelo. É intriga da oposição. "Tentar" o caralho, eu matei mesmo. Funcionou que é uma beleza. E não fede, nem nos deixa intoxicadas. (Um pouco tontas, vá lá... mas nada que nos mate.)
Juro que outro dia, estava no salão de uma amiga, quando chegou a irmã dela, com uma sacolinha de mercado.
- Oie, menina! Tudo bem? Foi no mercado?
- Pois é, fui comprar esse spray, que acabou.
- Hum..
- Eu tô usando, viu? Minha irmã me contou que você usa pra matar barata. Eu testei e adorei. Funciona mesmo. Ja acabei um pote todo!

Fico feliz em contribuir assim para a humanidade. Compre já o seu laquê. Aviso logo que só testei com o Aspa. 100% de aprovação.

E taí o post que escrevi na época, narrando a descoberta:

"Sábado à noite, Amiga apareceu lá em casa para uma sessão nadística. Nadística, de nada. Combinamos de fazer nada juntas, já que eu estava com a garganta hiper mega combo inflamada e não tinha ninguém lá em casa para cuidar de mim: a poderosa chefona foi passar o fim de semana na casa da minha tia e eu fiquei alone.

Pois bem, loquei o filme do Ray Charles e ela sacou a bomba calórica mais gostosa da face da terra: Nutella!!!

A postos, começamos a ver o filme, detonando o pote... tudo muito bem... abrimos as portas, as janelas, para entrar um ventinho... e até que entrava um ventinho gostoooso (para você ver como estava tudo muito bem! Ultimamente está fazendo um calor infernal. No Senegal deve estar mais fresco!)... Daí, entrou pela janela, esfuziante, rodopiando e saltitante o bicho mais asqueroso do planeta.

Eu posso ficar numa salinha presa junto com uma cobra, mas nunca com um daqueles. Nojento. E era daquelas cascudas, pretonas, com antenas enormes. E pro meu total pânico, era voadora.

Dei um salto mortal do sofá e fui parar na varanda em 2 segundos. Gritando, é claro. Faça idéia. Uma pessoa com garganta inflamada gritando em pânico. Foi isso. Quando cheguei na varanda, descobri que estava encurralada: eu fui para lá para entrar de novo pela porta da cozinha, mas estava fechada. E eu imaginei a barata entrando ali, e eu me debatendo nas grades, na porta, na rede. Quebrando o pé, os braços, ela entrando pela minha boca. E eu morrendo de infarte. Imaginei tudo isso sim. Por isso, gritei feito uma alucinada para que Amiga me salvasse, abrindo a porta da cozinha:

- AAAAAAAAAAAAABRE PELAMORDEDEUS, AMIGAAA, SOCORROOOOO AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAABREEEEEEEEEEEEEE JESUUUUUUUUUUUUUUUUUUUS CRISTOOOOOOOOOOOOOOOOO SOCORROOOOO!!

Entrei em pânico, e ela abriu a porta, meio que em dúvida se devia fugir da barata ou de mim, que a essa altura devia ter as órbitas saltadas da cavidade ocular.

Corremos para o corredor, fechando as portas do quarto. O plano era se trancar ali e só retornar para a sala no dia seguinte. Ouvi dizer que barata só vive um dia. E ela não ia ficar dando bandeira num dia de sol. Mas acontece que tínhamos que voltar para sala: a tv estava ligada, a porta aberta, as luzes acesas e o Ray Charles se esbaldando de cantar 'Georgia'. Abri a despensa: uma lata de inseticida sorriu para mim. Estava quase vazia. Meu Deus, como alguém pode deixar acabar o inseticida????? Peguei. Cobrimos nossas cabeças com toalhas e ficamos espreitando pelo corredor onde estava a kenga da barata.

Tava lá, esplendorosa. Sentada na poltrona, assistindo Ray Charles. As antenonas balançando. Tava curtindo, a cara de pau! Voou. Corremos. Voltamos. Tava lá, de novo, só que mais perto do corredor, no teto. Se ela não voasse, podíamos até pegar umas vassouras e cacetar nela. Mas ela voava, então, nada feito. Como ela estava se aproximando, usei o inseticida. E quase apanhei da Amiga, por que ela disse que estava longe demais, e eu usei nossa única arma.

Como assim "longe demais"??? Se eu tivesse coragem para chegar perto, eu estraçalhava aquela nojeira!

Passaram-se horas e a barata não se movia. Continuava lá, no teto. Acho até que estava tonta, mas não caía! Precisava de um inseticida a todo custo, eu pagaria 100 paus em um, se tivesse. Revirei a casa toda. Achei querosene. Pensei em jogar para cima, depois riscar um fósforo. Não era uma boa idéia. Não havia nada em spray! Nem um Bom Ar! Até que achei uma latinha de spray. E me decidi a usar.

- O que é isso?

- É spray de cabelo. Isso sempre me deixa tonta, não é possível que não funcione! Além disso, ela tem antenas, pode ser que endureça, sei lá! Psssssshiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.

Ficamos tontas, mas a barata não. Dei cobertura para Amiga ir buscar quantas vassouras ela aguentasse carregar. Voltou com duas. E continuamos a espera de que ela caísse. Daí, a kenga voou, pousou no sofá... ficou lá sambando. Ninguém mata. Ia sujar a poltrona da poderosa chefona. Então, aconteceu o que esperávamos: ela caiu! De barriga para cima ainda! Tava tonta, eu sabia que ia funcionar o spray de cabelo!! Ela caiu e então avançamos. Quem estivesse observando da janela, poderia crer que estávamos espancando algum gato. Foram tantas cacetadas, tantos gritos de guerra, que nem sei como não chamaram a polícia.

Morreu. Depois de varrermos o cadáver e passarmos desifetante no chão, voltamos para assistir o filme. Claro que ninguém sentou na poltrona, não somos loucas de sentar onde aquela figura satânica estava sentada. Fechamos as janelas, as portas, para evitar que as colegas dela viessem para o enterro. E assistimos o resto do filme, suando em bicas e de olho em qualquer vulto.

Eu só queria entender por que as baratas só aparecem quando nossos pais não estão em casa.

Poderosa Chefona chegou ontem e limpou a poltrona todinha com água sanitária e desinfetante. Ficou puta quando viu que usei o spray de cabelo dela. Era questão de vida ou morte.

Para quem quer saber, o nome era Aspa. Mais eficiente que muito Baygon que tem por aí."

It's too late to say that I'm sorry?

A questão é a seguinte.

200% das mulheres que levam um pé na bunda ficam esperando pela hora do reviravolta, que o cara vai se dar conta da merda que fez, da mulher maravilhosa que você é, da merda que fez ao terminar contigo. A porra é que ela, na maioria das vezes, nunca vem. E a gente continua esperando.

Daí, num domingo, toca ao telefone e você começa a ouvir palavras que materializam o sonho que você teve por tanto tempo. O cara tá ali, dizendo que foi um burro, que você é mais do que ele queria, que ele não sabe por que continuar a procura se ele já encontrou o que buscava.

E você lembra do quanto chorou esperando por essas palavras, que chegam tarde, mas você não sabe precisar no relógio quão tarde é.

Em transe

Sabe aqueles momentos "o mundo parou", que a gente vê em filme sim, filme também?
Pois bem, acredito ter vivido um desses hoje. Coisa estranha.

Fui atender um cliente, um carinha bastante simpático. Como ele já tinha sido feito de besta pelas outras duas atendentes, puxei papo pra distrair ele, antes que ele resolvesse soltar os cachorros em cima de mim. Pela documentação que ele estava em mãos, vi que era o pedido de visto pra Suécia. Começamos a conversar. Ele me disse que morou dois anos na Inglaterra, em Cambridge. Foi o suficiente pra começar um papo bem animado.

- Aiiii, eu também.... bla bla bla Whiskas Sache.

Bom, depois do meu ótimo atendimento (sim, sou modesta. A minha modéstia é a maior do mundo.), encaminhei ele para terminar o processo em outra seção. Quando ele acabou, ele voltou à minha mesa, acho que pra agradecer. Gente, ele parou, em pé. Olhava, sorria, abria a boca como se fosse falar algo. Não. Minto. Abria a boca como se estivesse engasgado. Eu fiquei ali, olhando pra ele, esperando pelo "Obrigado!" durantes alguns minutos, que pareciam séculos. Eu lá, sorridente, congelada. Ele lá, tremendo a boca, ensaiando um A, um ó, sei lá que diabo ele estava ensaiando.

Finalmente, numa cuspida, saiu o "hmnnnn brigado!!" e ele saiu todo envergonhado.
Achei graça.
Quando olho pro lado, o vigilante parado, rindo de canto de boca.

- Oxe. Que foi?
- Pensei que ele ia ficar ali o dia todo.
- Eu também.
- Ele ficou embasbacado com sua beleza.
- E vc, hein? Tá puxando o saco por que? Vamos trabalhar!! Circulando, colega, circulando.

Hehehe... Mas que foi estranho, foi. Se ainda fosse gatinho, eu dava mole. Mas não nasci com o cú pra lua pra ter um gatinho assim, facinho, facinho....

domingo, 3 de junho de 2007

Come, eu sei que come!

Estava contando pra uma amiga que um ex meu disse que o que é do homem, o bicho não come, como quem diz que se nós tivéssemos que ficar juntos, ficaríamos.

"- É... realmente. O que é do homem o bicho não come... mas outro homem..."


Hehehehe

Domingo à noite

Domingo à noite é semrpe depressivo né... e eu pareço que gosto. Fui lá no E-mul e baixei "Filho Adotivo", uma música que amo... e que me faz chorar.

Bom, faz de conta que faz parte do programa de desintoxicação. Chorar lava a alma.

Ta aí, essa música é de se arrombar mesmo. Quem tem pais, avós e sensibilidade não passam incólumes.

Com sacrificio eu criei meus sete filhos
Do meu sangue eram seis
E um peguei com quase um mês
Fui viajante, fui roceiro, fui andante
E pra alimentar meus filhos
Não comi pra mais de vez
Sete crianças, sete bocas inocentes
Muito pobres mas contentes
Não deixei nada faltar
Foram crescendo, foi ficando mais difícil
Trabalhei de sol a sol
Mas eles tinham que estudar
Meu sofrimento, ah!, meu Deus valeu a pena
Quantas lágrimas chorei, mas tudo
Foi com muito amor
Sete diplomas, sendo
Seis muito importantes
Que as custas de uma enxada
Conseguiram ser doutor
Hoje estou velho, meus cabelos branqueados
O meu corpo está surrado
Minhas mãos nem mexem mais
Uso bengala, sei que dou muito trabalho
Sei que às vezes atrapalho
Meus filhos até demais
Passou o tempo e eu fiquei muito doente
Hoje vivo num asilo
E só um filho vem me ver
Esse meu filho, coitadinho
Muito honesto
Vive apenas do trabalho
Que arranjou para viver
Mas Deus é grande vai
Ouvir as minhas preces
Esse meu filho querido
Vai vencer, eu sei que vai
Faz muito tempo que
Não vejo os outros filhos
Sei que eles estão bem
Não precisam mais do pai
Um belo dia, me sentindo abandonado
Ouvi uma voz bem do meu lado
Pai eu vim pra te buscar
Arrume as malas
Vem comigo pois venci
Comprei casa e tenho esposa
E o seu neto vai chegar
De alegria eu chorei e olhei pro céu
Obrigado meu Senhor a recompensa já chegou
Meu Deus proteja os meus seis filhos queridos
Mas foi meu filho adotivo
Que a este velho amparou.

Light

Acordei 1 hora da tarde. E quando chega agora, 8 e meia da noite, me sinto cansada. Eu não deveria estar me sentindo disposta? Eu passei o fim de semana inteiro no programinha de desintoxicação. Nada de artificial, processado, engordiet. Só frutinha e saladinha. Nhargh.
Eu sei, eu sei que não vou emagrecer com essa trégua do fim de semana. Mas é que eu precisava fazer isso para desopilar a consciência. Essa semana, cheguei no trabalho e a vaca que se encosta por lá (encosta, pois trabalhar que é bom...), me chamou. De manhã cedo. Eu nem tinha largado a minha bolsa na minha mesa. E lá vou eu.
- Posso te falar uma coisa?
- Ué, pode.
- Não fica zangada?
- Diz. (Diz, vaca!)
- "Tais" engordando...

Pára tudo. Isso lá é coisa que se diga de manhã cedo, antes mesmo do "Bom dia"?? Sem falar que a dita cuja entra na agência andando por opção, pois poderia muito bem entrar rolando, de tão gorda que é!! Se olha no espelho, né santa???

Hunf. Pois bem, voltei pra casa, peguei uma calça jeans velha que tenho, vesti. Coube. Postanto, não estou engordando assim, a olhos vistos. Ela estava querendo era acabar com meu dia.
Mas mesmo assim, me castiguei esse fim de semana. Só por ter dado ouvidos àquela vaca.

Eu não acretido em bruxas, mas que elas existem, existem...

O horóscopo da semana passada dizia: "Antigos amores estarão por perto"

Eu pensava que tinha a ver com o telefonema de sexta.

Mas tinha a ver com o telefonema de hoje.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Saudade mata a gente.

Saudade quando chega é violenta. Mata a gente por dentro. Arregaça.
Estou morrendo de saudade de um tempo. Saudade de quando eu podia pegar o elevador e puxar uma cadeira no bar do condomínio, tomar umas cervejas com os amigos e rir, gargalhar, a noite inteira.
Falávamos bobagens, imbecilidades, coisas absurdas. Fazíamos piadas de coisas simples. Tínhamos dialeto próprio, siglas, brincadeiras só nossas, que apenas nós podíamos ententer.
A gente não via a hora passar, e chegava a madrugada e estávamos ali, jogando conversa fora.
Saudade do jeito de falar que os amigos tinham, do barulho que faziam, de ouvir as risadas deles de longe.
Saudade da turma que esteve ao meu lado nos melhores e piores momentos da minha vida.
Saudade da menina que eu era quando morava no JD.

Será que estou na chamada em espera?

Sabe quando o celular da gente fica dias sem tocar, chega a gente fica com raiva de não precisa carregar a bateria do infeliz?

O meu anda assim. Mal recebe uma mensagem da Claro. Daí, hoje, quando estou dirigindo, ele toca. Minha mãe. Só podia, é a única que me liga.

Oi mãe. Tudo, tô indo pra casa. Tu-tu. Meu dia foi normal, e o seu? Tu-tu. Mãe, tem uma ligação em espera. A gente se fala. Alou? Oi Chefa! Ah, o dia foi bem, não tocamos fogo em nada enquanto esteve fora. Tu-tu. Ah, que bom saber que os resultados do mês passado foram muito bons. Tu-tu. Ah, obrigada, eu fiz o que pude. Tu-tu. Chefa, vou ter que desligar, tem uma chamada em espera aqui. Alouuu? (...)

A voz do outro lado me pega de surpresa. Era ele. Queria poder parar o carro, silenciar buzinas, parar o mundo somente pra ouvir. Mas ele falava e era como se tivesse outra chamada na segunda linha, e eu pudesse ouvir a voz do padre na semana passada, dizendo pra não ser pedra de tropeço na vida de alguém. Eu me senti perdida. Pensei que não fôssemos nos falar mais assim, que apenas nos encontraríamos em reuniões de trabalho. E de repente, ele estava ali, querendo saber de mim, contando a vida dele, da mesma forma de antes, me fazendo rir, gargalhando das besteiras que falo... faço uma piada, duas, três. Ele ri, e é música pros meus ouvidos. De repente meu pedido parece que é atendido, o mundo pára e ele diz "Estou com saudade de tu" e eu respondo: "Eu também."

E depois que desligamos eu fico encarando o telefone, como se ele pudesse tirar suas próprias conclusões. Mas ele não me diz nada, só vai apagando as luzinhas bem devagar, como quem diz:

"Esquece."

Sexta é dia de branco!!

Sexta feira.
Como boa baiana, vesti meu branco em homenagem ao Senhor do Bonfim, e fui pra senzal, digo, pro trabalho. Um mês novinho começa e eu preciso começar a me descabelar também, atrás das metas. Mas hoje, não, muito obrigada. Hoje eu só queria que o dia acabasse.

Valei me Senhor do Bonfim...