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domingo, 10 de junho de 2007

Banzo

Quando eu vi essa foto pela primeira vez, chega perdi o ar. Acho que por um instante, eu voltei pra casa. Voltei pra vida que eu tinha um ano atrás. Por um momento, quando olhei essa foto, lembrei da época da faculdade, quando rodei toda a cidade com câmeras, tripés e modelos, fotografando cada pôr-do-dol para o projeto de formatura em Publicidade. Quando olhei essa foto, senti o gosto do acarajé de Dinha, da Skol gelada, do bate papo com a amiga depois da academia, dos fins de semana jogando buraco, ou rodando pela cidade, praguejando contra a noite de Salvador, comparando-a com a noite de São Paulo. E hoje, eu olho uma foto dessa e entendo. Entendo que Salvador cativa pela beleza, pela magia, pelo clima, pela áurea que sobrevoa toda a cidade, dando esse ar meio mágico, meio preguiçoso. É essa áurea de paz e aceitação, onde o negro se expõe na rua e é admirado, onde o candomblé é respeitado mesmo por quem não compartilha das mesmas crenças. Sinto falta disso, de ver um rasta pela rua, da cultura africana, da musicalidade, do ar de brincadeira que todo baiano tem.
Desde quando me mudei, a principal crítica que ouço aqui é que o baiano não quer ser nordestino. De certa forma, entendo o que levam alguns a pensar assim: nossa cultura, nosso jeito de falar, de vestir é realmente muito diferente de todo o nordeste. Mas não é por que queremos ser melhores. Somos diferentes, temos sim a cultura nordestina, porém nossa raiz africana é mais forte. Influencia nossa comida, nosso dialeto, nosso sotaque.
Talvez alguns de vocês nem entendam do que estou falando, e eu não vou tentar esmiuçar isso demais. Eu estou falando de saudade, apenas.
Saudade da Bahia.

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