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domingo, 10 de junho de 2007

Aluga-se

Aluga-se

Meio que sem blush, meio despenteada, meio que sem gloss.

Um céu meio que nublado, um vestido desbotado, a chuva que embaça os vidros do carro.

Um sapato que aperta o pé, um zíper que emperrou, um cacho de cabelos que despencou.

Tenta manter a postura, abre um sorriso branco, reluzente. Falso.

Tenta fingir que está tudo bem, e as horas seguem no relógio, uma após a outra, alhei à sua vontade.

Na família tudo bem, no trabalho tudo ok.

Mas dentro do peito tem um apartamento com cama de casal e o lado direito da cama está sempre frio demais.

E nem um perfume no outro travesseiro.

É solidão demais para um quarto e sala.

É solidão demais.

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