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segunda-feira, 11 de junho de 2007

Ossos do oficio

A pessoa resolve se afundar no trabalho para não ter tempo nem para pensar no que não deve. Ainda mais na véspera do dia que eu não vou mais citar o nome, aquela datinha mizerenta, puramente comercial, que serve pra enganar os trouxas, roubar os românticos e deprimir os encalhados.
A chefe, vendo que estou ali, concentradíssima resolve me dar uma incubência. Ligar pro infeliz para saber como é que faz tal procedimento. Diliça de vida.
Detestei me dar conta de quanto meu coração acelerou enquanto discava o número. De como ele PAROU quando ele atendeu. Mal-di-ção.

"Oi Fulano, tudo bem, blábláblá, Whiskas Sachê, me diz como faz isso."

Com o cuidado, a educação e a graça que ele tem, me ensinou tudo com toda a paciência do mundo. A peste nem pra ser estúpido e broxante serve. Eu lá, ouvindo, um fio de baba escorrendo pela boca enquanto ouvia ele falar. Mongol Moment total.

E quando acabou de explicar, a demente aqui não disse "Valeu, mermo bródi, Já fui Bamda Mel.", como devia ter feito. Fiquei lá, respondendo o que estava fazendo da vida, ouvindo ele contar da dele.

- Andas saindo?

- Saí na quarta, fui lá no bororó bororó (tomar todas pra não lembrar que você casava naquele dia)

- Tá me traindo, é?

- Pois é, Soldado morto, farda noutro, como diz vovó.
(fdp fdp fdp!!)

- Eu lembro de você toda vez que vejo a novela das oito.

- É?
(Que bom saber que você lembra de mim enquanto está ao lado de sua esposa, brincando com sua filha...)

- Aquela atriz chama o carinha igual como você me chamava.. eu fico rindo, lembrando de você...

- (tô fazendo falta, tô fazendo falta pra vocêêê)

- Quando é que você vai me chamar pra jantar aí com você?


- Quando você for de mala e cuia.


Eu não respondi assim, nem o papo foi somente esse. Não consigo ter raiva dele, nem achá-lo um tremendo filho da puta. Continuo achando que era a pessoa certa no MUNDO errado.
E eu que me foda.

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