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sábado, 26 de maio de 2007

Ultrapassando barreiras

Até pouco tempo atrás eu tinha pânico em fazer as unhas. Era uma verdadeira tortura sentar e entregar meus dedos a uma desconhecida armada de alicate, tesoura e espátulas afiadas. Era sentar na cadeira e suar frio. Portanto, evitava ao máximo esse suplício. Sem falar que não posso ver sangue. Belo dia, fui a um salão perto de casa e pedi a uma amiga pra me acompanhar. Falei de cara: "Tenho medo de fazer unha, vamos comigo?" E ela foi, ficou lá plantada do meu lado, maior apoio moral, me distraindo, tentando me relaxar. Quando penso que não, a infeliz da manicure tira um bife, uma peça de picanha inteira do meu dedinho. Comecei a sentir algo quente escorrendo.
-"Amiga, é melhor você não olhar... olha que vestido lindo nessa revista!!"

Pânico. Era uma hemorragia e podia ser fatal. A manicure lá, com aqueles olhos estatelados de ovo frito, tentando segurar minha mão, que a essa altura já estava fria, suando. A minha pressão começou a baixar, fui suando, suando, avisei que estava passando mal, foi um rebuliço no salão, e ainda tinha umas infelizes que diziam que era engraçado alguém passar mal por causa de um bife. Elas que mereciam um bife, digo, uma BIFA no meio da cara!

Resultado: Saí do salão com 4 dedos de uma mão feitos. Seis sem fazer. E sem pagar.

Então, eu sempre procurava alguém que fizesse minha unha em casa. Pois aí eu ficava mais a vontade, podia sentar, deitar, mudar o canal da Tv. E era meu território. Ela que ousasse me ferir ali. E assim foi para todo o sempre.

"Todo o sempre" até eu mudar de cidade. Ninguém mais faz unha em casa. Sufoco. Mas achei um lugar, com uma manicure ótema. Fica sempre vazio, e ela não me tirava bife. Aí hoje, ela foi promovida à depiladora e quando cheguei lá veio uma brucutu fazer minhas unhas.

A infeliz tirou 2 bifes e quase arranca um dedo meu. Mas acho que curei minha fobia, pois ao invés de passar mal, eu surtei e perguntei, muito grosseiramente, se ela pretendia deixar algum dedo são. Só faltei rosnar.

Talvez não seja a cura por completo, mas acho que é uma nova fase.

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