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domingo, 1 de abril de 2007

Um dia como outro qualquer.

Aniversário da criatura aqui foi outro dia.
E eu acordei jurando que ia ser um dia como outro qualquer.
Me arrumei pra o trabalho e coloquei uma blusa bem linda.
E calcei meu poderoso scarpan vermelho.
E saí saltitante, arrastando corrente, jurando que ia ser um dia como outro qualquer.

Trabalhando, os mesmos estresses diários.
Ficava me perguntando como essas pessoas se achavam no direito de me estressar justo naquele dia, um dia como outro qualquer.

Levaram torta, salgados e cantaram parabéns naquele dia como qualquer outro.
Recebi flores, e elas logo murchariam, como em qualquer outra época.
Nada seria diferente naquele dia.

Cheguei em casa. E nada parecia diferente.
Não havia ninguém lá. Nem programação especial na Tv.
E mesmo assim, me neguei a vestir a camisola de todo dia.
Me neguei a ir dormir na hora programada.
Me neguei a dormir da mesma forma de sempre.

Mesmo sendo um dia como outro qualquer.

Resolvi me atracar com um vinho que estava guardado pra uma ocasião especial.
Mesmo sendo aquela quinta uma data comum, sem ocasião especial.
E bêbada, senti uma saudade de todos, de tudo, de mim mesma.
Um saudade fora do normal.

E num dos telefonemas que recebi naquele dia tão normal veio a chance de mudar aquela noite.
Não pela data, pelo dia, pelo certo ou pelo errado.
Nem mesmo sei porquê.
Só sei que a minha embriaguez disse e eu não contestei: Faça alguma coisa, mas faça. Fale qualquer merda, mas fale, pois nesse dia de março, que não significa nada demais pra você, não pode passar assim em branco.
E em poucos segundos, eu estava acompanhada, trocando beijos que de tão calorosos pareciam especiais, dormindo abraçada, rindo do nada, falando do mundo.

E nada poderia ser especial.
Nada foi.
Juro pela garrafa de vinho que bebi sozinha.

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